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Sinto muitas saudades do "meu" Jardim António Borges,em Ponta Delgada, aquele que eu dizia que era o meu jardim particular, já que estava a 2 passos de casa.
Agora que voltei ao continente voltei a recuperar este pequeno paraíso:
Deu para matar muitas das saudades que deixei na "minha" ilha. As paisagens, os amigos, a natureza, o antigo trabalho, o clima, os colegas, o calor bom...
Mas estas foram umas férias diferentes, já que o objetivo principal era fazer a escritura da minha casa. Foi fácil de vender, tal é a procura de casas no centro da cidade de Ponta Delgada.
Custou muito. Foi mais um elo de ligação aos Açores que se quebrou. O próximo é mudar a morada no cartão de cidadão e deixar de ser residente nos Açores oficialmente.
Está a custar, e muito...
Nova cidade, novo local de trabalho, novo meio de transporte, novas rotinas. Os meus dias agora passam por aqui:
Duas semanas a andar de comboio e sinto-me capaz de criar a rubrica: "Coisas do Comboio", tal é a quantidade de aventuras e peripécias à volta do meu novo meio de transporte.
Não percam as cenas dos próximos episódios 😆
Hoje fiz umas contas que me deixaram a pensar, mais uma vez, se terei tomado a decisão correta ao voltar dos Açores para o Continente: acordo às 7h para trabalhar às 10h.
Saio do trabalho às 16h para chegar a casa às 18h.
Ou seja, 5h "perdidas" durante o dia. Para trabalhar 5h por dia...
Ai meus ricos Açores...
Todos os dias me perguntam "Porque vieste embora daquele paraíso?".
E eu fico sem saber o que responder...
Acho que já vi mais acidentes numa semana do que em 5 anos nos Açores...
Primeira grande diferença sentida nesta primeira semana: aqui no Continente tenho de pegar no carro para tudo.
Só esta pequena mudança na rotina já me está a deixar cansada. O tempo que uma pessoa perde na estrada é impressionante
Em Ponta Delgada ia para o trabalho a pé, levava a Diana à creche a pé, ia até ao centro tomar um cafezinho a pé, ia às compras ao Parque Atlântico a pé... O carro ficava para o fim de semana, para ir até às Furnas ou Sete Cidades.
Ai as saudades...
Depois de 5 anos por terras açorianas, voltar ao Continente é um misto de alegria, por estar junto à família, mas ao mesmo tempo muita nostalgia por estar a deixar uma terra que é um verdadeiro paraíso, em todos os aspetos.
Mas para já tenho de voltar a habituar-me ao frio e ao trânsito. Mesmo que o trânsito por Braga não seja muito (comparando com Lisboa), é sempre muito mais que em Ponta Delgada. Eu que raramente pegava no carro, agora tenho de usar o carro para tudo.
A ver se me habituo de novo...
Foram 5 anos neste paraíso. Numa ilha verde, linda de morrer! Todos os dias me apaixonava um pouco mais por este recanto do nosso país, e muitas vezes me perguntei se não estaria num outro destino paradisíaco, talvez no Havai, Amazónia, etc.
Chegámos a S. Miguel em janeiro de 2013, solteiros e sem nada. Saímos daqui em janeiro de 2018 casados, com casa (que entretanto vamos vender), com carro e com 2 filhas lindas! Ou seja, vou embora de coração cheio e agradecida por tudo o que esta terra me deu.
Mas, como muitos compreendem, a família faz muita falta, principalmente quando se tem filhos. Ficamos desamparados, não temos ninguém cá que nos apoie caso seja preciso. E isso fez-nos pensar em voltar.
Mas se até agora as nossas férias eram no Continente, a partir de agora serão nos Açores, nas várias ilhas de preferência, já que ainda nos faltam conhecer S. Maria, S. Jorge e a Graciosa. Voltaremos, com certeza!
E agora vem a parte pior... AS MUDANÇAS!